domingo, 9 de outubro de 2011

Comédia - depois - Romântica

Assisti um filme hoje em que a mocinha - típica jovem com problemas amorosos e frustrações vindas da infância - dizia que queria que as coisas na vida dela acontecessem como em um filme. E aconteciam. Como uma comédia romântica, assim como era o filme em questão.

Amigos, que faziam sexo casual e se apaixonaram. Perfect! E no final tinha tudo aquilo que eles mesmo tiram sarro durante a história: Os dois percebendo que se amam, casualmente se encontrando, a sonoplastia para o encontro do casal, a declaração dos dois se reconciliando, o beijo apaixonado, o final feliz. Tinha até um flashmob só para ela! E depois uma música pop sem conexão alguma com a história termina o filme e você vai embora feliz. 

E ninguém sabe o que acontece depois. Devia ter um filme, que contasse o pós das histórias fofas de amor. Será que esses casais de comédia romântica casaram?  Brigaram? Jogaram a toalha molhada em cima da cama? Trairam? Tiveram filhos? Ficaram sem grana? Foram embora pra Brasília com os gêmeos, tipo aquela música do Eduardo e da Mônica? A mocinha acorda descabelada e de TPM alguns dias do mês? O galã para de treinar e fica com barriga de chopp? Que música o sonoplasta escolheria para o depois do fim?

Todo mundo quer uma vida de comédia romântica. Fofa, mas com algum conflito para não ser monótona, que se resolva sozinho depois. E pronto. Felizes para sempre. Todo mundo quer, eu quero. E aí vira um eterno "desejar", porque não tem. O filme da nossa vida é de outro gênero. E eu acho que quem deveria dirigir era o Woody Allen.

Talvez você se apaixone pelo galã do sexo casual. Mas ele só vai querer te comer e no máximo se tornar seu brother. Talvez você sofra com isso. Talvez você conviva com isso. Talvez você mande o galã pra puta que pariu ele. Talvez você desista desse e encontre outro, e outro, e outro.

Você não vai acordar bonita e maquiada e possivelmente, nem ter seu próprio apartamento. Seu emprego não vai ser exemplar. Mas ele pode até ser divertido. Nem você vai superar seus traumas com a sua família. Você vai afogá-lo mais e mais junto com os outros bloqueios emocionais que você esconde. Ou vai resolver na terapia.

E vai continuar a assistir a mil comédias românticas. Rir assistindo, chorar assistindo. Chorar muito na TPM assistindo. Sonhar assistindo, pensando porque a sua vida não é daquele jeito. Mas sabendo que no fundo, ela nem deveria ser mesmo.

Um comentário:

Tio Randas disse...

Massa demais! Uma vez, falei para um bróder prestes a se casar com uma moça que tinha uma profissão pouco ortodoxa: "lembre-se que não teve continuação de Uma Linda Mulher..."