segunda-feira, 6 de maio de 2019

Você por aqui?

Ora, ora... se não resolvemos abrir o baú da nostalgia e voltar por aqui, hein?

Escrever é bom e faz bem. É terapêutico. Se você nunca tentou, fica aí minha recomendação (apesar de você não ter pedido). Escreva.

Em tempos de Instagrammers e Youtubers, escrever chega a quase ser uma coisa cafona. Se eu fosse uma geração Z, talvez eu desopilasse no meu próprio Stories e o desabafo duraria 24 horas. Mas eu sou um pouco mais old school e com meu pai aprendi que as vezes a gente consegue "falar" melhor escrito do que falado. E é assim o meu melhor jeito de dizer qualquer tipo de coisa.

E digo mais, os Youtubers deveriam tentar isso uma vez na vida. Não ativo esse blog desde 2013...
e posso dizer que foi uma grande diversão repassar e ler todos os meus textos de 6, 7 anos atrás. Escrever diz tanto sobre a gente, mais do que a gente imagina na hora que escreve... e eu pude rever uma menina que provavelmente não está mais aqui, lembrar de histórias que eu já não me recordava mais, achar entrelinhas reais em textos de ficção, reafirmar crenças que eu segui carregando. Foi um bom reencontro. E um desencontro também.

Prometi para mim mesma (e pra terapeuta, ok, confesso) tentar voltar a escrever, ainda com o propósito de desopilar, mas dessa vez romantizando menos e se divertindo mais. O ingresso na temporada balzaquiana tem sido uma jornada um tanto quanto peculiar e acredito que deva ser comum. E nada melhor do que tratar todas as paranoias desta fase escrevendo, inventando causos e rindo de si mesmo.

Então voltei. Sem grandes compromissos, sem me cobrar em ser frequente e sem a pretensão de escrever pseudo crônicas que mais pareciam um "querido diário", como os vários textos do passado que eu ocultei antes de começar a escrever este texto, rs... só com a promessa de me divertir e colocar para fora as maluquices que eu ando pensando por aí. O resto a gente vai vendo...


quinta-feira, 25 de julho de 2013

Sinal dos tempos

Sempre ouvi dizer que garotas são bobinhas, sonhadoras, iludidas. Que garotas acreditam em achar um grande amor, se iludem facilmente, enxergam coisas onde não existe nada. Que garotas são fáceis de enganar, inocentes e cheias de frescura. Pois eis a maior das mentiras. Garotas são espertas, dispostas e ágeis. Garotas tem fôlego, garotas são animadas, garotas resolvem rápido. Pelo menos eu fui uma dessas garotas. Pode ser que as outras clichês existam, e eu não as conheça. 
Mas aí, aí você fica velha. E ficar velha é a coisa mais clichê que existe. O tempo e a experiência são implacáveis. Ninguém escapa. E são clichê, como são. Por mais que você não acredite nisso quando é garota. "Imagina, eu nunca vou ser assim" afirma, cheia de certeza. 
Não, não estou falando da idade cronológica. Não importa quantos você tenha, você fica "velha" na vida. De conhecimento, de experiências, do que a gente já fez e passou. A velhice que vem com 20 ou 65 anos, depende de quem for. Mas quando vem, todas nós ficamos iguais. Nos tornamos "mulherzinhas". Típicas. Previsíveis. Desesperadoras. Comedias românticas, frases de efeito, letras de músicas. 
"Depois de velha" nos tornamos adolescentes cafonas, e aí sim nos comportamos como garotas. Depois de velha choramos no fim do filme, abraçamos sozinhas as almofadas e atacamos o pote de Nutella. Porque cansamos de ser jovens descoladas modernas, bancando as duronas e sendo o "homem da relação" uma vez ou outra. Cansamos de ser "pra frente". Depois e velha somos garotas lutando contra a própria armadura cool, querendo assumir a tpm e o choro nos comerciais de margarina com família feliz na mesa. Depois de velha queremos o marido rico que a gente renegou porque queria ganhar a vida sozinha. Depois de velha a gente quer pegar esse monte de coisa que acumulou e construiu, pra dividir com alguém. Mimo, final de novela, happy end, coisa de mulherzinha. Depois de velha a gente passa sonhar com o príncipe encantando chegando no cavalo branco, como toda garota clichê queria.

domingo, 23 de dezembro de 2012

Alvará


São Paulo. Mesa de um bar coxinha no Itaim, tarde de um sábado cinzento e abafado de verão. Bares desse tipo são a cara de São Paulo: lotados de filhos de família boa, formados na GV ou na FAAP, bebericando “brejas” e outros drinks, comendo essas coisas que agora gostam de chamar de “finger food”, conhecidos como petiscos lá na minha terra.
Elas conversam despretensiosamente na mesa, sobre tudo e todos. Observadas e cortejadas por alguns caras das mesas ao lado. Que se aproximam. Uma mesa cheia de publicitários, com seus trinta e poucos, amigos há uns 15 anos que se encontram todos os anos nesta mesma época. São bonitos, interessantes e parecem ser bem de vida. Casados. Estão meio bêbados, daquele jeito que deixa os homens xavequeiros de vigésima categoria. Desses que chamam a gente de princesa ou coisa do tipo.
Elas olham as alianças e trocam um olhar de amigas cúmplices, como quem diz “Ok, vamos ver até onde esses babacas vão”. Homem com “alvará” é o tipo mais escroto que existe e apesar de serem muito sem preconceitos ou tabus, sempre tiveram isso claro. “Cara casado é enrosco, não adianta!”, era esse o papo antes deles chegarem, inclusive. Mas resolveram dar trela. Um criativo de uma grande agência e um diretor de marketing de uma grande rede de restaurantes. Cacifes altíssimos. Alianças que brilhavam tal qual os olhos deles para cima das moças solteiras. Conversaram. Muito, sobre tudo, por horas. O bar encheu e esvaziou muitas vezes. Elas continuaram lá, rindo, cruzando pernas e jogando cabelos. Se divertindo. Eles pedindo chopps e soltando galanteios baratos entre um assunto e outro. Se iludindo. Acreditando de verdade que a noite do alvará renderia um motelzinho fora da rotina. Típicos publicitários, típicos paulistanos. Desenvolveram horas de assunto, sobre como esta cidade move o país e como é cruel viver aqui. Sobre como são infelizes no casamento e sobre como a velocidade de São Paulo nos corrompe. Sobre como fomos criados para sermos os melhores, sobre o trânsito da Marginal, sobre não ter filhos porque não teriam tempo para ficar com eles. Sobre como suas esposas, também publicitárias, estavam mais preocupadas em conquistar contas novas de 2 milhões de dólares, do que fazer sexo com eles em uma tarde de sábado chuvosa. Elas ouviam, pacientemente, fingindo algum interesse naquele papo de paulistano mauricinho. Homem é muito fácil de enganar, basta uma gargalhada e um olhar sexy clichê. Publicitários então... porque no fundo, no fundo, todo publicitário acha que é muito desejado.
Ofereceram um after em um dos restaurantes da rede do diretor de marketing. Elas se olharam novamente e "Por que não?", aceitaram. Pediram a conta, brigaram para pagá-la, afinal não eram mulheres de dever conta para ninguém. Eles não permitiram. Já estavam perigosamente bêbados. O que aconteceria se suas esposas o vissem naquela situação? Pagando contas de desconhecidas, contando que elas não davam para eles direito? Cambaleando e balbuciando a placa do carro para o manobrista? Elas se questionaram sobre isso e concluíram: matariam esses filhos da puta. 
Iam seguindo um ao outro, cada um em seu carro. Afinal, ninguém nasceu ontem e uma carona com um inconsequente desses é sentença de morte, ou no mínimo um fora extremamente constrangedor. Saíram com seus carros, entraram na Juscelino. Em tempos de Lei Seca, esses caras seriam presos numa blitz, certamente. No primeiro farol, um pequeno acidente de trânsito. Bateram o SUV blindado de um deles no carro da frente. Aparentemente, nada grave. Mas toda a função de para o carro, descer, olhar... Tempo suficiente para que elas finalmente se livrassem daqueles babacas. Uma ligação “Amiga, eles bateram?” “Sim” “Tá ficando puxado né? Vamos embora?” “Ai, vamos. Casa em 3, 2, 1”. O farol abriu, elas se embrenharam nos carros e sumiram, independentes e livres, como sempre foram. Eles, sem alvará, estão até agora tentando explicar para suas esposas publicitárias renomadas por que chegaram assim em casa.

sexta-feira, 30 de março de 2012

Tudo novo. De novo?


Essa coisa de inovação tem horas que me irrita. Já não é de hoje que inovação é a palavra da vez. Curso de inovação, textos sobre inovação, técnicas de inovação. No mundo empresarial, inovar para o cliente é regra e o caso oposto é certeza de morte. Todo mundo só fala disso o tempo todo e é uma corrida infinita em busca do novo, do diferente, do inusitado.

Mas aí eu me pergunto onde fica o valor das coisas “de sempre”? Estou um pouco cansada de ter que inovar. Capricornianice minha, mas eu adoro um “rotinão”, repetições, tradições, coisas que simplesmente permanecem. As boas, obviamente. Mas esse negócio de inovar virou uma neura tão grande, que mesmo aquilo que é bom já não fica mais suficiente. É preciso rasgar tudo e começar do zero, o tempo todo e o tempo todo diferente. Muito diferente, cada vez mais diferente. Que chatice!

E eu não estou desmerecendo a importância das coisas, afinal depois que o meu trabalho passou para uma vertente, digamos, “mais criativa”, eu também estou nesse barco de fazer sempre “diferentão” (É quase um pecado querer repetir algo.) E eu concordo que por muitas vezes isso pode dar um resultado incrível. E não só no trabalho, mas na vida toda.

Eu só não acho que precisa ser nesse desespero todo. Coisas normais também são boas. O que me parece é que está todo mundo sempre pressionado a inventar um prato diferente, uma frase surpreendente, uma posição sexual nunca vista antes. E nem sempre precisa. Arroz e feijão continuam sendo a melhor coisa do mundo pra muita gente, um papai-e-mamãe bem feito às vezes é infinitamente melhor que trepar pendurado de ponta-cabeça no lustre, saca? Eu gosto do novo, mas eu defendo o Old School de qualidade com todas as minhas forças. 

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Evolução espiritual

Existe aquela velha crença que se deve desejar o bem para atrair o bem. Acho isso lindo, e até acredito. Mas desculpa, isso é para gente com uma evolução espiritual que eu ainda não alcancei.

Acho admirável esse tipo de espírito evoluído, que emana boas energias a tudo e todos, que pensa positivamente e só agrega positividade ao Cosmos. Prometo tentar isso na próxima encarnação, afinal eu acho que essa tem sido para eu evoluir meu espírito para um outro patamar mesmo. Mas ainda não dá, foi mal aí. Meu pobre espírito já foi muito pior, confesso. O encosto e os karmas que ele carrega já foram bem piores, afinal eu devo ter aprontado bastante na vida passada. Mas ainda não cheguei nesse grau de purificação.

Minha alma é bem “humana”, digamos assim, e meus comportamentos bastante carnais. Sentimentos ruins são sentimentos ruins e ponto. Não dá para fingir que eles não existem. Vou sim, aparentemente até o fim desta vida, desejar mal a quem eu acho que merece o mal, ter raiva de quem me desperta raiva, ficar magoada com quem me magoa, querer me vingar de quem merece vingança.

Sim, tudo isso com parâmetros subjetivos obviamente, mas importante lembrar que capricornianice aqui sempre puxa para um realismo que chega a ser chato, então é capaz que eu tenha razão, most of times. E se eu não tiver, a vida vem e dá um tapão na minha cara, como já fez vez ou outra, não é um grande problema. E isso sim, faz parte da “evolução do espírito”, não essa coisa “Pollyanna” de achar o bom e o bem em tudo. Essa parte eu deixo para a próxima encarnação.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Pra fora da caixinha

Muito na moda essa expressão de “pensar fora da caixinha”, que virou slogan de propaganda e tudo nos últimos dias. E concordo, a gente precisa sair mesmo da nossa caixa para enxergar as coisas como elas realmente são e as coisas novas.
A zona de conforto, como o próprio nome diz, é muito boa. E aí acaba que a gente se esconde dentro da nossa “caixa”, apegados em um mundo vicioso e fake, na maioria das vezes.
Trabalho em um lugar campeão de encaixotar vidas. O que não é uma crítica, é apenas uma constatação. São inúmeras histórias, de gente que comprou móveis, comida e decorou a própria caixa, de tão confortável que é ficar lá dentro dela (Fazendo já minha mea culpa, que não tive coragem de abrir a “minha tampa” por tantas vezes nesse tempo lá). Essas tais caixas são muito atraentes, não dá para mentir.
Mas as vezes você começa com uma caixa escrito “trabalho”, por exemplo, e de repente você percebe que nessa caixa caiu tudo dentro. Seus amigos, seus relacionamentos, seu lazer, seus planos e todos os seus assuntos presos dentro de um mesmo espaço. Vira tudo uma coisa só dentro da caixa. A caixa fica toda bagunçada. Você meio que já não enxerga nada como realmente é, você vê tudo meio igual. Aliás, essa é a caixa mais traiçoeira com o resto da sua vida, a do trabalho.
Nesse momento é a hora de jogar a tampa para o alto e dar uma olhada lá fora, nas outras pessoas, de caixas, caras e assuntos diferentes. Trocar os discos, ouvir outras músicas, ir em outros lugares com gente que já conseguiu se libertar da sua própria caixa e olhar as coisas de um jeito diferente, querer diferente, agir diferente.
E só quem já foi conhecer “caixinhas” alheias sabe o quanto isso é bom. Mesmo que você não abandone sua caixa definitivamente e volte para dentro dela de vez em quando. Não precisa jogar a caixa fora. É só aprender a viver fora dela também.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Por filhos da puta de respeito!

Parece meio estranho e pouco correto, mas eu admiro as pessoas que são filhas da puta.
Não to dizendo gente que é “meio” filho da puta, que faz uma filhadaputagem ou outra, aqui e ali para se dar bem em cima dos outros. Esse eu acho um baita de um filho da puta mesmo! Tô falando de filhos da puta psicopatas, gente que é assumidamente cuzona, que possui como propósito na vida foder a vida dos outros e assume e vive isso!
Sem entrar no mérito das atitudes, eu acho isso admirável. Bater no peito e abraçar a responsabilidade – e o poder – de foder o que ou quem você acha que deve, e viver bem com isso.
E desculpa pessoas que acreditam em um mundo melhor: eles existem. Existem, estão aí por toda parte, na sua família, na sua empresa, ou namorando com você. E você não pode fazer nada contra isso. Essas pessoas não são filhas da puta à toa, isso envolve um poder conquistado por um trabalho de anos, e com certeza eles também já foram muito fodidos na vida, para chegar no “patamar” que chegaram. E como são psicopatas, encostam a cabecinha no travesseiro e dormem tranqüilos, pensando na próxima ação. Se essa abstração de qualquer sentimento humano não for admirável, eu não sei mais o que é.
Por outro lado, abomino os “meio filhos da puta”. Esses filhos da puta “de bom coração”, sabe?! E putz, esses estão em tooooodos os cantos.
Pior tipo de pessoa, que manipula, engana e mente a troco de ganhar alguma coisa em cima de alguém, achando que possui poder para isso. Mas não tem, por isso precisa fazer tudo isso, senão era só ir lá e foder os outros, como os fdps respeitáveis. O tipo de pessoa faz uma baita traição/filhadaputagem e depois diz “mas a intenção não era magoar ninguém!”. Oi??? Estes, por mim, queimariam no mármore do inferno, sofrendo bastante.  
E nós, mortais bobões, caímos na conversa desses filhos da puta de merda vez ou outra. De diversas maneiras. As mulheres sobretudo, sentimentalmente. E eis a pior sensação do mundo: ser “fodido” por uma pessoa quem nem competência para isso tem. E você sabe disso.
 Em 2012 meu desejo é só me foder por quem merece respeito.