Eis um fenômeno muito comum na atualidade, e em todas as atualidades, de todos os tempos ao que parece. A adolescência materna. Os filhos crescem, tomam o rumo de suas vidas – ou ao menos seguem tentando – e abandonam em casa mães no auge da puberdade da maturidade. Antes dependentes e indefesos, agora sabem o que querem, fazem tatuagens, sexo e ganham o próprio dinheiro. Claro, o vínculo sentimental nunca morre, mas como “bicho homem”, de repente os filhos estão quase equiparados aos pais.
Elas, as mães, ao perceberem que estão perdendo o controle da situação – mesmo que tivessem sido avisadas disso, todos os dias, durante mais ou menos os vinte anos anteriores – começam aquela história de Síndrome do Ninho Vazio e com isso entram em um processo árduo e automático de “adolescentinização”, que pode durar muito mais que uma puberdade “normal”.
Há duas opções comportamentais: As “rebeldes sem causa”, que resolvem ser eternamente jovens e modernas. Se divorciadas, certamente irão fazer uma tatuagem maior que a sua, pintarão o cabelo de loiro platinado ou irão querer pegar os seus amigos. Ou vão até achar os seus amigos velhos demais para elas. Irão para mais baladas que você aos vinte e poucos anos, e acharão o máximo se você for meio porra-louca. Aliás, elas sempre irão querer ser mais que você, parecer mais jovens que você, mais independentes que você. Mostrar que a sua independência será sempre menos livre que a dela. Mas em geral, essas mães têm filhos bastante caseiros, tranquilos, de namoros longos, que não se importam com porra-louquice. Ou filhos “nerds”, que morrerão de vergonha quando estiverem com algum amigo em casa e ela chegar meio bêbada, de make up borrado, com a sandália na mão.
E há as “problemáticas”, tradicionais. Estas, vão se achar feias, gordas, solitárias, etc. Baterão a porta do quarto quando vocês brigarem, quebrarão coisas quando estiverem nervosas, como se estivessem em uma cena de novela (Porque elas acham mesmo que estão). Farão birra, biquinho, beicinho, chorinho – e toda a gama de “inhos” que houver (Muitas vezes você ficará esperando a hora dela “sapatear” ou se jogar no chão, como uma criança mimada). Dirão “Você não me entende! NINGUÉM me entende!”. Acharão que o mundo é uma grande conspiração contra elas. Chorarão pelos motivos mais banais, jogarão a culpa do mundo em você e farão todo tipo de chantagem emocional para conseguir o que querem e/ou te deixar com a sensação de que a culpa é mesmo sua de ter crescido e se tornado independente.
Seja lá por qual adolescência a mãe tenha escolhido passar, o importante é entender que é uma fase – mesmo tendo vontade de torcer os pescoços delas por muitas vezes - e que, na pior das hipóteses, passará quando ela tiver netos. Afinal, alguém voltará a depender dela de alguma forma. Então, se você é filho de uma mãe adolescente, é melhor apressar os bebês da família!