sexta-feira, 30 de março de 2012

Tudo novo. De novo?


Essa coisa de inovação tem horas que me irrita. Já não é de hoje que inovação é a palavra da vez. Curso de inovação, textos sobre inovação, técnicas de inovação. No mundo empresarial, inovar para o cliente é regra e o caso oposto é certeza de morte. Todo mundo só fala disso o tempo todo e é uma corrida infinita em busca do novo, do diferente, do inusitado.

Mas aí eu me pergunto onde fica o valor das coisas “de sempre”? Estou um pouco cansada de ter que inovar. Capricornianice minha, mas eu adoro um “rotinão”, repetições, tradições, coisas que simplesmente permanecem. As boas, obviamente. Mas esse negócio de inovar virou uma neura tão grande, que mesmo aquilo que é bom já não fica mais suficiente. É preciso rasgar tudo e começar do zero, o tempo todo e o tempo todo diferente. Muito diferente, cada vez mais diferente. Que chatice!

E eu não estou desmerecendo a importância das coisas, afinal depois que o meu trabalho passou para uma vertente, digamos, “mais criativa”, eu também estou nesse barco de fazer sempre “diferentão” (É quase um pecado querer repetir algo.) E eu concordo que por muitas vezes isso pode dar um resultado incrível. E não só no trabalho, mas na vida toda.

Eu só não acho que precisa ser nesse desespero todo. Coisas normais também são boas. O que me parece é que está todo mundo sempre pressionado a inventar um prato diferente, uma frase surpreendente, uma posição sexual nunca vista antes. E nem sempre precisa. Arroz e feijão continuam sendo a melhor coisa do mundo pra muita gente, um papai-e-mamãe bem feito às vezes é infinitamente melhor que trepar pendurado de ponta-cabeça no lustre, saca? Eu gosto do novo, mas eu defendo o Old School de qualidade com todas as minhas forças.