domingo, 11 de setembro de 2011

3 minutos

Ela foi na cozinha, domingo, já quase meia noite. Resolveu fazer um Miojo, enquanto fazia os planos para a semana. Engraçado como nesses momentos mais banais, a cabeça resolve pensar na vida. Olhou bem a cozinha, os azulejos e pensou como tudo aquilo era legal. A casa, os planos, o Miojo. Deu uma risada, agradecida pela vida. Tinha essa mania, de sempre querer dizer coisas legais para as pessoas em horas estranhas.

E viu o quanto a vida dela era legal. Teve vontade de abraçar pessoas, agradecer, retribuir tudo que já fizeram de bacana por ela. Mas as 23h55? Lembrou que tá cheia de problemas, que sua vida amorosa estava uma coisa digna de risadas de tão patética e a sua conta bancária digna mesmo era de lágrimas. E achou tudo isso muito interessante. Acho que ela gosta mesmo da vida que leva, até mesmo dos problemas engraçados que ela tem.

Lembrou o tanto que havia chorado no último final de semana, mas não se arrependeu, mesmo que não tenha sido merecido. Porque aquilo tudo foi bom pra alguma coisa. E continuava sendo. Embora ela não seja nada, nada Pollyanna, ela achava que quase tudo tem seu lado bom. Pensou em tudo de interessante que viria nos próximos dias. E tudo de difícil também. Achou bom de novo. Gostou mesmo. Deu o tempo, o Miojo ficou pronto. E ela teve uma única certeza: a vida poderia ser um pouco mais fácil, mas ela já é bem boa.