sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

5 Razões Pelas Quais... valeu a pena trabalhar na BS!

1- Ser professor. Talvez nem todo mundo saiba, mas eu sempre quis ser professor. Quem leu Além das Portas, talvez desconfie, mas indo além, eu queria ser professor de Educação Física. Minha mãe é, dá aula até hoje na universidade e eu fui criado lá, até ginástica esquizofrênica eu fiz (sei que o nome é outro, mas termina em "ênica", e pra quem chamou afundo com potência de afundo com substância, tá liberado) lá no início dos Anos 80, mas fui convencido a desistir. Da Educação Física, não de dar aulas. Só que não rolou. Até que um dia em 2006, há 5 na BS, o Tadeu, que é um dos integrantes do zeitgeist original da empresa, me liga falando que estava montando tipo uma escola de formação de gestores e coordenadores de academia e queria um módulo jurídico, sugerindo que eu fosse esse cara. E sem ele saber (apesar de que eu acho que já falei), acabou realizando um sonho que dura até hoje: duas vezes por ano - mais ou menos - sou "professor" pra um pessoal, e assim como o jantar semestral da cornetagem que rola com o corpo docente dessa escola, é uma das coisas que eu mais gosto de fazer.


2- Convivência com o Paulo. As pessoas tem vícios, dos mais variados tipos e eu tenho vários. Um deles é em inteligência. Não consigo não me aproximar e tentar forçar uma "amizade" com gente inteligente. É claro que INTELIGÊNCIA tem vários significados e enfoques, mas todos eles me encantam, desde inteligência específica até um certo tipo de inteligência meio "evil" - tá, sei que não devia, papai do céu castiga, mas eu gosto. E na BS, convivi no ambiente mais inteligente possível. Eu acredito que inteligência seja algo contagioso e até meio magnético. De todos os "outliers" com quem convivi lá, se destaca o Paulo. Fui, durante muito tempo e na maioria das vezes pelas costas, acusado de ser puxa saco ou subserviente em excesso, a Laura mesmo diz que eu não consigo simplesmente GOSTAR ou SER AMIGO, eu tenho que me comportar como FÃ. E era assim. Certo, errado? Caguei. O Paulo talvez seja a pessoa mais inteligente com quem eu convivi e aprendi muita coisa com ele, mas muita mesmo! É que eu acho que faz parte da construção do indivíduo e da edificação do caráter, que caguem na sua cabeça. Sei que os adeptos do Piaget, Montessori e neohippies construtivistas vão achar um absurdo, mas levar cagada na cabeça é fundamental! Claro que você precisa dosar até quando vale a pena usar o shampoo fecal, mas eu prefiro assim. Encurta o caminho e toda vez que eu vejo alguém com um discurso muito bonito pra cima de moi, o imagino escondendo um tubão de KY e as mais malignas e perversas intenções que envolvem a participação involuntária do meu cu. Uma vez, ele disse que eu jamais seria líder de porra nenhuma e que foi um erro me mandar para o LAV, mas como eram 9 e ele gosta de números redondos, me mandou. Na época, fiquei veadinhamente magoado, mas depois, reconheci que deveria agradecê-lo. Porque ele tava certo, primeiro. E segundo, porque existe um milhão de possibilidades que não envolva ser LÍDER ou algo que na maioria das vezes tem a ver com essa filosofia de funcionário do mês do Mc Donalds e retrato na parede. Devo muita coisa e gratidão ao Paulo especificamente, e costumava dizer a ele que considerava um dos meus patrimônios intangíveis o fato dele, uma pessoa desconfiada por natureza, assinar sem ler os papeis que eu levava pra ele.


3- A Rachel. Eu e a Rac éramos primos distantes que, quando se encontravam, dava merda (no bom sentido). Me lembro como se fosse hoje quando vim ver o show do U2 em São Paulo e ela já me viu e foi falando: "Meu, nós vamos sair logo mais com uma amiga minha, falei mó bem de você, mostrei foto, tá no esquema" - claro, época em que eu era magrão e nadava abaixo de 47, mais fácil armar esses esquemas. Mas a gente sempre se curtiu demais, sempre deu muito certo, sempre foi muito parecido em muitas coisas (boas e ruins), e de repente, estávamos ali, trabalhando juntos, nos vendo todos os dias, compartilhando um monte de coisas, inventando apelidos engraçados pros desafetos e, principalmente, se ajudando. Eu fui uma pessoa muito "ajudada", acho que o espírito de solidariedade das pessoas aflorava em virtude dos pais pouco convencionais que eu tive, e tenho muito o que agradecer eternamente a um monte de gente. À Rac, tenho muito, pra sempre, e não vai ser aqui que vou fazer, mas ela foi uma das coisas essenciais na minha passagem pela BS e que vou levar pra sempre.

3.1 - Ela, o Paulo, o Preto, o Fernando, Rafa, Edu, Christian, Magoo, Alê Barros, Dutrinha, Crocco, Marcelino, Rogério, Sandrinho, Berg, Ivani, Paty & Tati, Capi, Cebola, Robin e Sandrão. Essas pessoas foram essenciais na minha vida enquanto ela esteve diretamente ligada à BS. Cada uma dessas pessoas me ensinou algo diferente e como diz o Nick Hornby, entraram na lista de pessoas que mudaram definitivamente a minha vida pra melhor.


4- O time de Sorocaba. Isso foi a coisa que eu mais gostei de fazer nos meus 10 anos de BS: "liderar" o Time de Sorocaba. E eu tenho pra mim que foi uma coisa tão bacana e tão bem feita, que o Paulo pudesse estar só um pouquinho errado no que ele disse, mas não vem a caso. Foi uma tremenda experiência que eu nunca vou esquecer. Ainda que sempre me lembre de ter praticamente negligenciado metade do segundo ano de vida do meu filho e ter achado mais importante finalizar uma reunião do que obter mais informações sobre o meu pai que tinha acabado de ir pra UTI. Ainda assim, foi bom demais! São muitas coisas que eu nunca vou me esquecer, e até hoje me pego stalkeando a vida do Cris, do Nandão e do Gui pra ver como andam os "meus meninos" na empresa...


5- Aprender a falar igual gente. Essa, foi a mais importante de todas e devo, principalmente ao Preto (outro cara a quem devo tanta coisa que nem sei por onde começar). Antes de trabalhar lá, eu falava - e escrevia - "como advogado" e isso irritava tanto o Preto, que era comum ele dizer "Porra, Randas, fala igual gente"! E eu aprendi, ainda bem, pois ninguém suporta gente que fala igual advogado. Tanto isso é verdade, que o Tadeu, quando me apresentou no Rex, ressaltou isso como uma de minhas qualidades. Pode parecer besteira, mas conseguir mudar um comportamento arraigado exige muito mais do que a gente pensa... e eu sei é que valeu a pena!

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

5 Razões Pelas Quais... vale a pena fazer regime!

1- Tudo aquilo que todo mundo sabe. Sim, você conduziu sua vida a essa condição, esse peso, essa afronta à sociedade, então, cabe a você fazer algo a respeito. Senão, você vai morrer! Não daqui uns anos, de infarto fulminante, mas amanhã! Deixará o seu filho órfão, sua mulher viúva etc... E aí, você precisa fazer um regime, simplesmente para sobreviver. Ou emagrecer, se tornar mais saudável, TODO MUNDO diz que a única preocupação é com a saúde, zero aspecto estético, então vamos lá! O aspecto estético também conta, claro! Dá a mó vontade de ser aquele cara que entra num lugar e alguém quer dar pra ele! Só pelo que viu, sem essa de "tirar a diferença no braço", minha vida sempre foi essa coisa de Ayrton Senna na Lotus, chega! Ah, eu sou casado, você dirá, mas só por isso, acha que eu tenho vida fácil? Regimão, vamos lá! Tá com fome? Toma um copo d'água, come uma plaquinha de colágeno, dorme que passa...

2- As pessoas param de te encher o saco. Existe uma enorme, gritante, abissal diferença entre pessoas preocupadas com você, querendo o seu bem, daquelas que querem simplesmente te encher o saco! E você sabe quem eles são. Na minha família, em Goiânia, tenho os melhores exemplos, é gente que me vê e começa a falar que eu vou morrer. Fazer regime te afasta dessas malas? Numas... porque deveria existir uma espécie de pulseirinha tipo da do Lance Armstrong ou as Power Balance, que te identifca como "gordo fazendo alguma coisa a respeito", assim, os babacas pulavam a encheção de saco. Mas não tem as tais pulseirinhas, e aí, mesmo que você avise que tá fazendo regime + indo ao médico + indo TODOS OS DIAS à academia, eles vem contar caso de um fulano que morreu de infarto antes dos 40 e que está preocupadíssimo com você e só fala para o seu bem. Meu Cu! Mesmo assim, fazer regime te deixa melhor perante essas pessoas, vai por mim.

3- Exercita a memória. Quando você passa a comer de 3 em 3 horas já saca que isso tá mais pra posologia de remédio do que a maneira como você se relacionava com a comida, né? E aí, já sabe que nesses intervalos de 3 horas só vai comer algo que não dá o menor prazer. Tentei pensar em uma metáfora envolvendo sexo, tipo, é igual a trepar... não tem. Nada envolvendo sexo é tão ruim quanto isso. Mas o lado bom é que você começa a se LEMBRAR como é bom aquele chopp brahma black! Hagen-Daaz de morango com cheesecake ou doce de leite! Paella! Uma picanha inteira no espeto, com aquela sacrossanta gordurinha! Todos os bolos da minha tia! Sanduíche de pernil do Estadão! Pamonha frita do Serra Dourada! Pipoca de microondas! Dobradinha! Sim, eu detesto dobradinha, mas deve ser melhor do que essa merda que ando comendo... aliás, outro dia eu comprei umas papinhas de fruta sem adição de açúcar da Nestlé e tem uma de caju que é tão, mas tão ruim, que eu não tenho a menor dúvida que deve fazer muito bem pra saúde!

4- Você tá desculpado. Meu bisavô, quando fez 80 anos, dizia que a única vantagem de se atingir essa idade é que você pode peidar na frente dos outros que tá tudo bem, "ah, ele tá velhinho, coitado..." Quando você tá de regime, eventuais escrotidões e maior permanência do estado de mau humor já estão desculpadas e compreendidas. "ah, ele tá comendo de 3 em 3 horas..." Certeza que o Hitler concebeu algum dos seus planos malignos durante uma reeducação alimentar! Não que ele tenha sido desculpado por isso, mas você vai me desculpar por esse exemplo cretino, afinal de contas, tou de regime, comendo alface e rúcula todos os dias!

5- Quando você morrer, já sabe. Dependendo da corrente teológica que prevalecer acerca de "vida após a morte", existe uma chance de você ir pro Céu ou pro Inferno. No caso de você não ter sido um cara muito bacana, periga ir pro Inferno, é sempre uma possibilidade, por isso, se você já fez regime, sabe mais ou menos como é. Não pode comer doce nem nada que seja gostoso, não pode beber, os únicos livros são do Chalita e toca sertanejo universitário. Sexo tá liberado, mas saiba que você vai ter que trepar com esse tipo de gente que não bebe, come coisas saudáveis, lê livros do Chalita e ouve sertanejo universitário...

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Não alisa, toca!

Ou o clássico "cala a boa e beija!"... dá na mesma, mas a frase do título foi num show em que eu estava, o guitarrista envolvidíssimo com uma complexa punhetação com seu instrumento musical, e um bróder meio exaltado berrou da fila do gargarejo:

- Não alisa, toca!

Não é quase a mesma coisa que o "cala a boa e beija"? Gente que fica no bla bla bla ao invés de ir pro que interessa? Vira e mexe eu me deparo com situações desse tipo. Falação e mais falação, argumentos risíveis, linhas de raciocínio cretinas que nem passam perto do mérito da questão e ridicularizam quem pode até ter razão, mas acaba perdendo por não saber ir direto ao que interessa! Ah, mas então será que é o Randall incoerência dizendo que é possível a forma se sobrepor ao conteúdo? Não, é o Randall putão com gente que consegue fazer com que uma forma grotesca e burra sequer aborde o conteúdo!

Tem briga boa? Não, não tem. Mas é preciso saber avaliar em quais brigas vale a pena entrar. Me vem na cabeça, agora, dois exemplos imediatos:

1- Minha mãe me dando uma espancada corriqueira, eu começo a emitir humilhantes gritos pedindo pra ela parar, vem a vizinha de porta, toca a campainha, inicia um discurso sobre os malefícios de espancar crianças, leva uma bifa na cara. Já viu minha mãe? Briga ruim, sô!

2- Um bróder querendo estacionar de ré, liga a seta e se direciona à vaga. Vem uma vaca e cola. Ele acena, pede, quase implora. A dondoca tira o braço e, ironicamente, o manda "andar"... Ele anda uns 10 metros e dá ré com tudo no carro da vaca. Que desce perguntando se ele é louco... pergunta desnecessária, claro, o que você FAZ fala mais alto do que aquilo que você diz, mas aí vem um cidadão "de bem" todo se dizendo testemunha dela, o que aconteceu? Levou uma muqueta no meio da lata, nocaute no primeiro assalto!

Moralzinha das histórias: vale a pena comprar briga com quem espanca criança ou dá ré pra bater o próprio carro? Claro que não! Briga não vale a pena nunca, mas é fundamental que você entre numa briga que tem chance de ganhar. E com louco (permanente ou momentâneo), a chance é zero! Outro tipo de briga inglória é o que eu vivo falando pra Laura quando ela discute com o irmão dela, briguinha que se assemelha à do Ronaldo com o Neto... eu falo que é a mesma coisa que brigar com argentino que já foi expulso em partida de Libertadores, saca? O cara já perdeu, já era, o máximo que você vai conseguir é ser expulso junto.

Dá pra ganhar briga com quem é "maior" que você? Opa! Já ouviu falar em Davi x Golias? Calcanhar de Aquiles? Os 300 de Esparta (Tá, eles perderam, mas cacete, só o tanto que resistiram já faz com que mereçam entrar na lista, né?)? Itália x Brasil em 82? Corinthians x Palmeiras na Libertadores de 2000? O que existe em comum nos casos todos citados? Que o "grandão", nesses casos, tem um PONTO FRACO. Mas o ponto fraco tá exposto? Não! O que precisa? Conhecer o adversário, e pra isso, é preciso inteligência.

Aí, alguém que sabe de uma briguinha rolando aí nas "Redes Sociais" vem me perguntar se eu conheço os pontos fracos do Gigantão... opa! Claro! Mas diz aí, Gilberto Gil:

"Não te ensino minha malandragem, nem tampouco, minha filosofia, quem dá luz pra cego é bengala branca e Santa Luzia!"

Agora, se tem uma briga boa de ganhar é contra quem, além de ser menor que você, é BURRO pra caralho, aí é só dar uma de Anderson Silva e enfiar o pé na cara no comecinho da luta, além de tudo, todo mundo vai continuar te achando o máximo!