Reli agora um texto, do aniversário de 5 anos de morte do meu pai, onde eu recapitulei, todos os momentos que eu lembrava do pré e pós morte dele. Detalhe por detalhe.
E que bom que eu gosto de escrever. Registrar é importante. Hoje fazem nove. E ler é bom pra relembrar, porque esse tipo de experiência não deve ser apagada, por mais dolorida que seja. É bom para relembrar que, por exemplo, eu continuo com a mesma sensação de não saber ao certo se parece que foi ontem, ou se parece que tem muitos e muitos anos. E com o passar do tempo a memória falha, os detalhes se perdem.
É aquele tipo de coisa que dói mas é bom, se é que você me entende. Porque eu li o texto novamente hoje e fiquei feliz. Muito feliz mesmo. Feliz de ler que quem estava lá me apoiando ainda está na minha vida. Feliz de ter sido firme o bastante na época. Feliz porque eu sempre achei meu pai tão, mas tão foda, que eu acho que até a morte foi feita de uma maneira inteligente e pensando sempre em nós, antes dele mesmo (é uma longa teoria, mas que faz sentido). Como sempre foi. Feliz porque se não fosse isso, exatamente naquele momento, o "susto" nunca viria, e eu não teria crescido tão forte. Eu não seria um terço do que eu sou hoje. É meio engraçado alguém ficar feliz em um aniversário de morte.
Mas foi isso que eu fiquei, feliz porque eu tive um pai incrível, que mesmo indo embora logo me fez ser uma pessoa muito melhor.
E é por isso que é importante registrar. Pra não perder. Para saber de onde vem as coisas. E que eu guarde esse texto dos nove anos de morte, para daqui sei lá quantos, eu relembrar que qualquer coisa que eu seja, aconteceu por causa dele.
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