Foi assunto de um almoço com o pessoal da empresa esses dias uma coisa meio: eu quero estar aqui, mas eu também não quero, mas eu também quero um monte de coisas ao mesmo tempo que eu não sei o que eu quero. Sabe? Não? Mas é isso.
A grama do vizinho é mesmo mais verde que a nossa. Não, não me venha com esse papo de dar valor para o que se tem, pois isso eu já sei e já dou. Sou muito grata a tudo que tenho, todos que tenho e tudo que fiz. Sem dúvida alguma, posso dizer que além de uma certa competência, tenho uma sorte (toc, toc, toc) danada, pois até mesmo as coisas ruins da minha curta vida aconteceram em prol de alguma outra coisa boa.
Mas acontece que nunca é "só isso". Esse negócio de possibilidades enlouquece a gente, eu acho. Ver tanta gente, fazendo tantas coisas. Mesmo sabendo que elas também devem olhar para você de vez em quando e pensar a mesma coisa.
Afinal, eu poderia estar aqui e feliz, como de fato estou. Mas eu também poderia largar tudo e ir abrir uma pousada em Itacaré, ou ir trabalhar num bar em Londres, ou me enfiar num navio em Cozumel, ou estudar moda em Nova York, ou comprar um apartamento em Puerto Madero, ou só trocar o colchão e reformar meu quarto. Porque eu sinto mesmo vontade de fazer tudo isso, mas eu ainda não tive a sorte de ganhar na loteria, afinal só assim eu poderia fazer tudo com um grau mínimo de conforto, sem precisar me preocupar em "construir" nada!
E ao mesmo tempo, eu não sei se eu queria mesmo... Itacaré pode ser quente demais, eu posso enjoar no navio, ou achar os ingleses sem graça demais, e de repente não conseguir conviver com a correria de NY ou o atendimento ruim dos argentinos sem educação. Vai ver aqui é melhor mesmo, mas aí... como é que eu vou saber?
O que parece na verdade, é que fizeram a vida curta demais, para o tanto de possibilidades que ela tem. Definitivamente, não dá tempo de fazer tudo. E ó... vou dizer que escolher não anda nada fácil!
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